segunda-feira, 28 de abril de 2014

Resumo do Levítico - CONCEITOS GERAIS (parte 3)

Olá, gente, como tá essa força?

Por aqui tá tudo certinho.

Post passado lidamos com a polaridade SAGRADO / PROFANO, vocês se lembram, né? Caso contrário, corram lá e deem aquela repassada faz favô.

Ótimo.


Hoje lidaremos com outra polaridade. Estão prontos? Então bora lá:

PUREZA / IMPUREZA

Para que algo seja sagrado, ele precisa ser separado do resto de seu grupo, que é comum, certo? Ou seja: os judeus são sagrados (ou até mesmo os judeus são judeus) porque foram separados dos homens comuns para o trabalho de Deus.

Sendo assim, precisamos que o limite entre o comum (profano) e o sagrado seja demarcado; que haja como que um contorno entre uma coisa e outra, para que elas não se confundam. Esse contorno se dá através de rituais de dedicação ao Senhor. Cortar o prepúcio de um bebê ao nascer, por exemplo, é um ritual de dedicação, pois indica que aquela criança pertence ao povo escolhido. Guardar o sábado indica a mesma coisa, ou não comer determinados tipos de alimento.

Se nós formos pensar certinho, isso se dá com tudo, né não pessoal? Todo grupo, ou sistema, é definido por oposição a outros sistemas. Eu, por exemplo, só sou a Jeniffer porque eu não sou a Raquel nem a Rutinha. Eu s
ou mulher, alta, de classe média, comedora de chocolate branco, fã de Roberto Carlos, tenho cabelos castanhos, assisto Ru Paul's drag race e sou uma cristã-romântica. Portanto tudo o que a Jeniffer faz ou diz é, em última instância, uma afirmação do que é jeniffer e do é não-jeniffer.




E poucas coisas são tão jeniffer quando uma barra de Laka. Se quiserem agradar o sistema jeniffer, fica a dica.

Isso também se dá com o conceito de sagrado. Para que algo seja sagrado, isto é, pertença a Deus, ele precisa ser marcado por alguma diferença que o torne próprio a isso, que o torne passível de consagração. Essa diferença, no caso, é a sua pureza. Só pertence a Deus o que é puro, pois Deus é a pureza máxima. O que não é puro é excluído de contato com a pureza máxima. Por conseguinte, tudo o que se associa a Deus se torna sagrado.

Percebam: puro e sagrado não são sinônimos, mas ser puro é pré-requisito para que algo seja sagrado. Vocês estão entendendo?

Gente, calma, até eu tô me confundindo, péra. Deixa eu desenhar:




domingo, 27 de abril de 2014

Resumo do Levítico (parte 2) - CONCEITOS GERAIS

Oi, gente, tudo certinho com vocês?

Desculpa meu sumiço mais recente, mas entendam o tamanho da minha provação: sou uma pessoa que toma litros de entropia no café da manhã e que, se deixar a natureza agir, tende à desorganização - de raciocínio, quarto, contas a pagar, vida. De repente me vi confrontada com O LIVRO DAS LEIS, onde Deus nos diz, basicamente, que focinho de porco não é tomada - mas também não é toucinho. Claro que ia dar merda.



Um resumo do Levítico

Sintetizar o Levítico é uma tarefa quase impossível por todos aqueles motivos já apontados aqui (caso não tenham lido o post anterior, o façam ou ficarão zileideando).

A bíblia é um livro inesgotável. Só denominações evangélicas existem umas 200 mil ou mais no mundo, e cada uma tem suas próprias divisões e dá peso diferente a cada um dos comandos levíticos. A bíblia é só a ponta de um iceberg infinito.




Ou sua própria denominação religiosa, pelo jeito

Eu não quero tornar esse livro saco de pancadas da piada pronta ou lê-lo com a leitura preguiçosa de quem compila incongruências entre leis antigas e o homem contemporâneo. Adivinha só: ele tá cheinho de ideia errada. Pois é. Você esperava o quê de um livro escrito há mais de 3 mil anos? O código de Hamurabi, por exemplo, é tão ~absurdo quanto. Precisa nem ir tão longe: pega a constituição brasileira, promulgada em 88. SHOW DE BOLA.




Ou talvez eu esteja errada e não seja assim tão absurdo comparar leis antigas ao "homem contemporâneo"

Enfim, só dá mesmo é para desprender conceitos gerais mais aceitos pela academia dessa bagunça toda.

Saibam que basearei 90% da minha leitura no curso de Yale que recomendei no post anterior. Aquele curso leva em conta a tradição judaica, que originou o texto. Essa é, no entanto, só uma das trinta mil abordagens possíveis.

Então vamos lá: